quarta-feira, outubro 25, 2006

Estilo

Um quarto pequeno abrigava uma máquina de costura, um guarda-roupas, uma cama e um criado mudo. Da janela era possível ver um pequeno pátio, que pertence ao prédio. Chovia e ventava na tarde em que a visitei.

Alguém poderia dizer que o inverno se fazia presente em plena primavera. aos meus olhos era o prenuncio de uma temporada de chuvas. Ao som do vento ouvi atentamente o lamento daquela senhora, o desgosto pela profissão de costureira que a afastou de muitos convivios.

Em outros tempos o talento para a costura a salvou de passar necessidade, mas a fez submeter-se a trabalhos intermináveis para pessoas impertinentes. A exigência era de que o serviço fosse impecávelmente perfeito, mas nunca lhe pagaram de acordo.

A nossa conversa, veio em bom momento, mais uma lição de vida. A experiência dela pode ser a de qualquer um que não saiba usar o seu talento. Seja qual for a atividade é preciso saber o que, como, para que, para quem, porque, de que forma, o seu talento está servindo.

É preciso estilo para costurar, para escrever, para cozinhar, para cobrar, para amar, para viver!

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