domingo, julho 23, 2006

Entardecer


Sentada em frente a janela vi a banda passar. Uma banda mesmo, com malabares e tudo. Engraçado como nos finais de semana a cidade fica com cara e ares de cidade do interior. Estou na capital, nem lembro desde quando, faz uns bons anos, e sempre é assim. Existe um saudosismo no ar imposto por aqueles que não nasceram aqui.

Existe uma busca da vida interiorana pelos casais que tomam chimarrão na praça, pelas crianças que correm nos campos. Isso me renova é bom ter finais de semana. O sol nasce de outro jeito, até a chuva tem outra cara.

Mas, amanhã a capital nasce de novo.

sábado, julho 22, 2006

Quem disse que eu sei?


Abri a porta e não vi a luz. Parei por um instante e analisei a estrutura a minha frente: minha casa. Sim, eu conhecia o lugar. Estava com outra roupagem, fazia algum tempo que estava fora, mas era a minha casa. Lembro da forma como sai, sem destino, com uma mochila nas costas. Alguns meses antes isso teria parecido loucura, mas na ocasião era o que eu tinha que fazer, era o meu grande sonho.

A pessoa sensata que tinha sido até o momento, tinha dado lugar para alguém angustiado por uma aventura. Queria mais uma vez abraçar o mundo. Mas o que tu está fazendo? Sair assim? Sim. eu precisava. Eu sempre soube o que queria e eu não queria ficar ali.

Um dia a angustia toma conta do ser. Um dia o ser se deixa levar pela angustia. Um dia o ser aprende a viver fugindo da angustia, um passo a frente dela.

domingo, julho 16, 2006

A mesa ao lado

Nos encontramos no bar, a conversa ia como sempre. Novidades no trabalho, em casa tudo tranquilo. Algumas viagens na agenda. Essa era a primeira vez em uma semana que nos encontrávamos...quase nem sabia o que dizer. Mas, os sorrisos se encontraram e os olhares sabiam o que cada um sentia.

Observei em torno e a festa rolava na boa, alguns casais, alguns amigos, como nós. Há muito temos encontros marcados. Coisa estranha quando se é amigo, mas sempre foi assim. Primeiro uma data, uma hora, um almoço, para manter a amizade. Depois o encontro mesmo, havia sido marcado com anos de antescedência. Na hora do almoço lá estávamos nós...Saimos, conversamos, cada um seguiu seu caminho.

De repente, hoje, na mesa ao lado um casal falava sobre o tempo. Não quero falar sobre isso. Acho que está na hora de marcar outro encontro - comigo.